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Neste sábado dia 20/09 estaremos nos apresentando no bairro botafo, macaé - rj

na rua ao lado do SENAI entre as duas pontes, às 17h.

 

Apoio: Associção de Capoeira Nova Geração de Bimba

 

​NOTÍCIAS & EVENTOS

GLORIFICANDO A DEUS ATRAVÉS DA CAPOEIRA

 

Postado por 

Revista Eclésia a revista evangélica do Brasil

 

Praticantes evangélicos da capoeira montam ministérios e usam o jogo para evangelizar e promover inclusão social

 

A roda se forma e, ao som característico do berimbau, praticantes vestidos de branco logo começam o jogo da capoeira. Vigorosos e ágeis, os movimentos são de encher os olhos. As palmas marcam o ritmo, enquanto manobras como cambalhotas, trança-pés e rabos-de-arraia

 

se sucedem. Mas o que chama a atenção ali é o tipo de música utilizada para animar o grupo. Em vez de ritmos tradicionais, como a chula, a ladainha e o corrido, o que se ouve são corinhos evangélicos e brados de “aleluia” e “glória a Deus”. Estranho? Nem tanto.

 

De uns tempos para cá, cada vez mais crentes têm praticado a capoeira, mostrando que, se o coração é de Cristo e a mente está cheia da Palavra de Deus, o corpo pode gingar à vontade. Em todo o Brasil, grupos de capoeiristas crentes montam verdadeiros ministérios que utilizam esse esporte

 

tipicamente nacional, nascido da herança cultural negra, como veículo de evangelismo e ação social. Só pelos nomes dos times – Nova Visão, Shalon, Projeto Ide, Aba Pai, Shekiná, CAEV (Capoeira Evangélica) e 100% Jesus –, já dá para perceber que os capoeiristas de Cristo não abrem mão de ser identificados pela fé que professam.

 

“Nós somos, acima de tudo, servos de Deus”, frisa o professor Edson Pedrosa, mais conhecido como Mestre Verdinho, 42 anos, sendo 27 de capoeira, e membro do Ministério Internacional Compromisso com a Palavra, igreja sediada no Rio de Janeiro. “Nossos instrumentos e adereços são consagrados, nossas músicas exaltam o nome de Cristo e não praticamos qualquer forma de violência”, explica. Mas ele reconhece que nem sempre pensou assim. Quando se converteu em 2001, Verdinho, que já praticava a capoeira, abandonou o esporte. “Achei que aquilo não agradava a Deus”, conta. Um belo dia, pesquisando na internet, descobriu que seria realizada uma convenção de capoeiristas de Cristo, em Ubatuba, litoral paulista. “Eu me inscrevi e lá conheci vários mestres evangélicos, como Chocolate, Suíno e Serginho da Maré”, enumera. Os apelidos curiosos, para quem não sabe, são uma tradição na capoeira. “Desde então, passei a receber suporte técnico e espiritual desse pessoal. Aprendi que a capoeira é perfeitamente conciliável com o Evangelho”, alegra-se.

 

A preocupação que Verdinho tinha é a mesma de boa parte dos evangélicos. Comumente associada ao candomblé devido à sua matriz africana, a capoeira é tida como prática profana por muitos crentes e pastores. Um dos motivos é que seus cânticos envolvem ritmos e uso de instrumentos associados a ritos afro-brasileiros, como o atabaque e o agogô. Aliás, o preconceito contra a atividade não tem apenas caráter religioso. A capoeira já foi até proibida oficialmente no Brasil, em 1850. Naquela época, quando

 

ainda era utilizada como luta corporal,

 

dizia-se que era coisa de vagabundos e ladrões – certamente, por discriminação em relação aos negros, já que ainda vigorava a escravidão no país. Quem fosse pego jogando capoeira ia preso e ainda podia sofrer severos castigos físicos. Foi só em 1937, sob o Estado Novo de Getúlio Vargas, que a capoeira deixou de ser legalmente proscrita.

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